Viajar com crianças pode ser causar medo, incerteza e alguma agitação nos pais quando se ausentam do seu próprio país com os filhos.
É bastante normal estes sentimentos para famílias que já têm o hábito de viajar, e para aquelas famílias que se iniciam além fronteiras, que até ganharem alguma experiência antevêem um cenário possivelmente assustador.

Comecemos por avisar que cada viajante é único, cada criança é única, cada destino também.
Só nós conhecemos as nossas rotinas e as nossas necessidades, mas uma coisa é certa, é possível viajar com crianças e correr o menor risco possível de contrair doenças durante uma viagem, e irmos seguros e calmos, preparados para qualquer eventualidade.

Vamos a dicas?

1-Verifique se as vacinas da criança estão atualizadas e se o local para onde vão passar férias implica a realização de uma vacina específica (países tropicais).

Ter as vacinas em dia é um dos primeiros passos mais importantes para que nada de grave aconteça durante uma viagem. Na maioria das vacinas que um bebé/criança leva protegem de inúmeros fatores e doenças, várias delas provenientes de países tropicais, evitando a contaminação durante uma viagem.
Existem também vacinas específicas para determiados países, que protegerão dessas mesmas contaminações e
que poderão ter de ser administradas algum tempo antes da viagem. Por vezes com um ou dois meses de antecedência para que sejam eficazes.

2- Marque consulta no pediatra e uma consulta do Viajante.

É sempre importante ligar para o (a) pediatra do seu filho para saber o que levar e quais as orientações por ele (a) recomendadas. Se a criança faz uso constante de algum medicamento peça ao médico para prescrever receitas com o nome do princípio ativo. Assim, em caso de necessidade, um farmacêutico, ou médico do local visitado consegue fazer a reposição de forma adequada.

Para destinos internacionais a consulta do viajante é essencial.
Esta consulta deverá ser realizada 4 a 6 semanas antes da partida e, de acordo com o destino apresentado, o médico irá aconselhar a medicação que deve acompanhar a viagem, as vacinas a levar,e irá passar receita de medicamentos e antibióticos necessários para a prevenção. Se possível peça o contato telefónico de ambos os médicos para alguma eventualidade.

Se levar a receita médica consigo, poderá viajar com medicação líquida nas malas de cabine, uma grande vantagem se caso houver extravio da mala, ou alguma situação de desconforto durante um voo. Leve também sempre as bulas de medicação não usual para ler no caso de necessidade.

3- Organize um estojo de primeiros socorros.

O que não deve faltar no kit de farmácia e no kit de primeiros socorros da viagem?

  • Termómetro
  • Pensos rápidos adesivos e ligaduras
  • Sabonete
  • Repelente (não aconselhado para recém-nascidos)
  • Medicamento para tratar as alergias e as picadas de insetos
  • Protetor solar e creme hidratante
  • Medicamentos para a febre como paracetamol e anti-inflamatório
  • Medicamento para náuseas e vómitos
  • Medicamento Antidiarreico e um laxante
  • Antibiótico (para emergências eventuais. um pediatra receitará o melhor para transportar consigo)
  • Analgésicos para dores de dentes/ ouvidos
  • Remédios de uso oral
  • Antialérgicos
  • Soro fisiológico em pipetas
  • Pomada para assaduras
  • Anticéptico em spray ( Diaseptil/Hansaplast)
  • Pensos pontos adesivos Steri-strip

4- Tente manter as mãos das crianças o mais limpas possíveis em locais muito frequentados.

Locais como por exemplo aeroporto, transportes públicos; zonas de refeições em hotéis e zonas recreativas estão por vezes bastante sujas, o contacto constante de outras mãos podem conter por vezes “bichinhos” inimigos e,
as crianças têm a necessidade de pôr as suas mãos constantemente à boca, trazendo consigo por vezes pequenas bactérias que podem ser causadoras de algum futuro incómodo.

5- Levar sempre toalhetes e gel desinfetante.

Nem sempre é fácil encontrar água corrente nos locais que estamos para lavar as mãos e nessas ocasiões ambas as opções ajudam na limpeza.

6- Adquira sempre um seguro de saúde.

Um dos passos mais importantes de uma viagem é a contratação de um seguro que cubra despesas de saúde seja em que parte do mundo for.
Se a viagem for internacional um seguro é a escolha acertada, se for para a Europa opte pelo cartão de saúde europeu. Este cartão oferece a possibilidade de pagar somente as taxas moderadoras do nosso próprio país noutros países, e funciona muito bem em nível hospitalar.

7- Atenção ás temperaturas.

Por vezes os destinos que escolhemos têm um clima diferente do nosso, e tanto o calor como o frio em quantidades excessivas podem trazer consequências.
Em locais de calor a criança deve usar chapéu e os mais pequenos devem ter uma T-shirt de preferência seca ou opaca a radiação ultravioleta (UV) e devem manter-se à sombra nas horas mais quentes. No caso dos bebés com menos de 6 meses deve-se fazer a deslocação para a praia nas horas mais frescas e evitar o sol, pois os mesmos não podem usar cremes solares.
Em caso de muito frio deve-se agasalhar todas as saídas de calor do corpo, como por exemplo a cabeça, boca e nariz, mãos e pés. As crianças deve levar mais uma camada de roupa que o adulto e a roupa deve ser confortável, quente e isolante.

Em ambos os casos deve-se oferecer constantemente água ou líquidos ás crianças.

 

8- Alimentação diferente e horários diferentes

Por vezes, no início de uma viagem a criança devido a stress, cansaço, comidas exóticas e horários alternativos, pode provocar um distúrbio nos hábitos alimentares e desarranjos intestinais dos mais pequenos. Isto pode acontecer no ínicio ou já no fim de uma viagem quando chegamos a casa.
Por isso além de medicamentos, é importante levar algum alimento, compatível com a idade da criança, para a viagem seja ela de avião, seja para durante a estadia.
E deve manter, pelo menos, uma refeição diária com as características do seu lar, como o pequeno-almoço, por exemplo.

Atenção ao gelo elaborado por água local e atenção à fruta já descascada. Opte por banana que é descascada na hora, ou por outra que não seja preciso lavar a casca, sem saber a proveniência da água.

9- Procure na interne clínicas ou hospitais na zona que irá visitar.

Se a viagem for nacional, verifique se há hospital público ou privado, posto de saúde, qual a distância do serviço de urgência mais próximo, se há meio de transporte viável se for necessário.
Se a viagem for internacional, procure saber qual o acesso à assistência que é viável a estrangeiros no local, idioma falado, qual o procedimento a ser adoptado caso tenha de ativar o seguro saúde para viagem.
Caso tenha um plano de saúde, verifique o nome e o endereço do hospital de referência para urgências em pediatria que você deve procurar se houver necessidade.

Aconselho a ler também nesta página informações sobre hospitais e médicos de especialidade um pouco por todo o mundo:
servico-de-saude-no-exterior

10- Relaxe, vá tranquilo e usufrua desse belo prazer que é viajar.

Acredite que na maioria das vezes todos estes receios são infundados. O  mundo está preparado para nos receber e em todos os locais, por mais isolados que sejam, têm sempre um centro de saúde aberto para nos receber.
Prevenir é a melhor solução por isso devemos dar estes passos, mas quando partirmos para a aventura irmos completamente descontraídos, pois acredite: 90% das vezes não utilizamos o seguro que contratamos e corre tudo bem, ou mesmo que não corra que tudo se resolve e conseguiremos controlar.