Viajar para outros locais do mundo significa pensarmos em questões de saúde e de prevenção e, quando levamos crianças uma das questões que nos interrogamos é: Será que teremos de levar alguma vacina para aquele país?


Por onde começar?


Um dos primeiros passos quando se prepara uma viagem para um destino mais longínquo, na Europa ou para fora dela, é marcar uma consulta do viajante, pois nada melhor do que um médico especializado nesta área da medicina tropical, para vos aconselhar e medicar adequadamente para viajarem mais descansados.
Essa consulta poderá ser realizada em alguns centros de saúde, hospitais públicos ou em clínicas privadas.
Aqui explicamos como fazê-la pelo Serviço Nacional de Saúde, pagando 5€ de taxa moderadora.


vacinas recomendadas


Febre tifóide

É uma doença bacteriana aguda transmitida pela ingestão de carnes mal cozidas, bebidas ou alimentos contaminados. Manifesta-se com sintomas de febre alta, perda de apetite e cefaleias.

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Áreas de risco de transmissão


Administração:
Vacina intramuscular administrada em indivíduos com idade igual ou superior a 2 anos.
Uma dose confere imunidade (protege) 7 dias após sua administração. É necessário revacinar após 3 anos se a exposição se mantiver.

A vacina da febre tifóide está somente disponível nos centros de vacinação internacional, sendo apenas administrada sob prescrição médica.

Indicação SNS para a febre tifóide


Hepatite A

É uma infeção aguda, causada por um vírus ARNE, transmitido pelo consumo de alimentos/ água contaminados ou  pelo contacto com pessoas contaminadas. Manifesta-se com sintomas de febre, náuseas e desconforto abdominal, aparecendo mais tarde icterícia. A gravidade da doença aumenta com a idade podendo passar despercebida em crianças e ser mais grave nos adultos prolongando-se por várias semanas.

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Áreas de risco de transmissão


Administração: 1 dose permite a eficácia desejada, mas existe quem reforce com duas doses. Pode ser administrada a partir de 1 ano de idade. Validade vitalícia.

Indicação SNS para a Hepatite A


Cólera

É uma doença causada por uma bactéria denominada Vibrio cholerae, transmitida pela ingestão de alimentos como saladas ou mariscos, e água contaminadas. Manifesta-se com sintomas de diarreia do viajante auto-limitada, até casos mais graves como início súbito de diarreia abundante e aquosa, náuseas e vómitos.

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Áreas de risco de transmissão


Administração
: administração oral, em indivíduos com idade igual ou superior a 2 anos .
O esquema vacinal para crianças entre os 2 e os 6 anos de idade é de três doses com intervalo de uma semana entre cada toma. Os indivíduos maiores de 6 anos devem tomar duas doses com intervalo de uma semana.

Indicação SNS para a Cólera


Encefalite Japonesa

É uma doença transmitida por picada de um mosquito infetado. Manifesta-se com sintomas de cefaleia, febre baixa ou meningite asséptica.

Japanese_Encephalitis

Administração: Esquema vacinal de duas doses com 28 dias de intervalo. Uma dose de reforço deve ser administrada 12 a 24 meses depois da vacinação primária. Pode ser administrada em indivíduos com idade igual ou superior a 2 meses, que se desloquem para zonas endémicas/epidémicas da doença.

Indicação SNS para a Encefalite Japonesa


vacinas obrigatórias


Febre amarela

Transmitida pela picada de mosquito em altitudes abaixo de 2300m. Manifesta-se com sintomas de febre, cansaço, cefaleias, mal-estar e dores musculares podendo evoluir para uma fase mais grave.

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Áreas com risco de transmissão

Administração:  administração intramuscular em indivíduos com idade igual ou superior a 9 meses. Uma dose confere imunidade (protege) 7 a 10 dias após sua administração. Tem uma eficácia de protecção que se aproxima dos 100% e validade para a vida.

Onde é obrigatória: Angola, Benin, Bissau, Burkina Faso, Burundi, Camarões, Congo, Guiana Francesa, Gabão, Guiné, Libéria, Mali, Nigéria, Paraguai, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda,
Serra Leoa, Togo.

Onde há risco de transmissão: Angola, Argentina, Beni, Bolívia, Brasil, Burkina Faso, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Colômbia, Congo, Serra Leoa, República Democrática do Congo, Equador, Guiné Equatorial, Etiópia, Guiana Francesa, Gabão, Gambia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiana, Kenya, Libéria, Mali, Mauritânia, Nigéria, Panamá, Paraguai, Peru, Ruanda, Senegal, Sudão do Sul, Sudão, Suriname, Togo, Uganda, Venezuela, Trinidad e Tobago ( Trinidad).

Indicação SNS para a Febre Amarela

Doenças que não se administram vacinas


Malária

É um parasita transmitido através da picada do mosquito, manifestando-se com sintomas de febre, dores musculares, calafrios.

Áreas com risco de transmissão

Administração: toma de medicação de forma profilática (preventiva). Existem diferentes medicamentos que podem ser tomados com este objetivo, devendo o aconselhamento nesta matéria ser obtido numa Consulta do viajante


Dengue

É uma doença transmitida pela picada de um mosquito infectado, manifestando-se com sintomas de febre alta, dores de cabeça frontais, dores musculares e articulares, náuseas, vómitos, manchas na pele.

 

Administração: Não existe vacina nem tratamento específico.  A pessoa doente NÃO DEVE TOMAR qualquer medicamento com ácido salicílico (ex: aspirina), nem outros anti-inflamatórios, uma vez que aumentam o risco de hemorragia. Devem ser tomadas medidas para impedir a disseminação da doença e evitar as picadas de mosquito como: redes mosquiteiras, repelentes nas partes expostas do corpo ,e usar roupas largas e compridas.


Aconselhamos a consultar um médico ou marcar uma consulta do viajante onde poderá tirar o resto de suas dúvidas, pois as questões de saúde são um dos pontos mais importantes a esclarecer antes de viajar.