Uma medida simples pode evitar a espionagem visual através de dispositivos móveis. Cobrir a câmara do telemóvel com uma simples fita adesiva pode parecer uma medida exagerada, mas especialistas em cibersegurança garantem que é uma das formas mais eficazes de evitar a espionagem visual. Esta prática, que começou a popularizar-se há mais de uma década, tem fundamentos técnicos sólidos: os malwares e spywares podem ativar câmaras e microfones sem que o utilizador perceba. A dica de cobrir a lente viralizou em 2013, quando Edward Snowden, ex-contratado da Agência de Segurança Nacional (NSA), alertou sobre as ferramentas de vigilância capazes de acessar dispositivos pessoais. Desde então, figuras públicas como Mark Zuckerberg ou o ex-diretor do FBI, James Comey, reconheceram ter adotado essa precaução.
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Em 2016, empresas especializadas como a AVG e a Kaspersky validaram a medida ao confirmar a existência de vírus capazes de interceptar a câmara de telemóveis, tablets e computadores. Embora não represente uma solução definitiva, cobrir a lente reduz consideravelmente as possibilidades de exposição em caso de infeção.

Como funcionam os programas espiões
Os programas espiões podem ser instalados de diferentes maneiras: ao descarregar aplicações não oficiais, abrir links suspeitos ou permitir o acesso físico de terceiros ao dispositivo. Uma vez dentro, esses softwares podem gravar fotos, vídeos ou até mesmo transmitir ao vivo sem o consentimento do utilizador. Por isso, os especialistas aconselham a revisar frequentemente as permissões dos aplicativos, evitar o uso de redes Wi-Fi públicas e manter o sistema operacional sempre atualizado. Além disso, se o celular apresentar sinais de infecção — como consumo incomum de bateria ou dados, aparecimento de aplicativos desconhecidos ou lentidão acentuada — é provável que esteja comprometido. Nesses casos, o mais recomendável é usar um antivírus ou restaurar o equipamento para as configurações de fábrica.
Uma medida de prevenção fundamental
Em suma, tapar a câmara do telemóvel não é uma atitude paranóica, mas sim uma ação preventiva dentro de uma estratégia de segurança integral. Perante as novas ameaças digitais, cada pequena precaução contribui para proteger a privacidade e os dados pessoais dos utilizadores.
